terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Assuntos de familia

este blog tem estado assim para o paradito, mas longe de estar esquecido! Com a organização da loja online, a ida ao 4D & Friends, e as coisas do costume, pouco resta para o blog.
Confesso que ultimamente pouco me tem apetecido escrever, ou melhor, apetecer até apetece, mas nem tudo o que me apetece escrever pode na realidade ser escrito...oh well.
Já liguei o modo Scroodge on. Já me encho de urticária só de pensar "na quadra".
Natal era antigamente, sem preocupações, nós miúdos, com um alheamento da vida dos crescidos. Lembro-me de no dia 24 ir sempre com o meu pai e com o meu irmão ao circo no Coliseu,irmos ao Porto Rico buscar o Pão de Ló, enquanto o mulherio graúdo se atrapalhava no meio de rabanadas, batatas, postas de bacalhau e fios de aletria, e ter o meu avô em frente à lareira. À noite tudo era mágico, uma mesa farta, cheia de gente, muita confusão, os primos, os tios, os avós, num passa travessas frenético e nódoas naquela toalha com anjinhos e pinheiros em ponto de cruz. Para mim Natal era aquilo. Eram aquelas 48h alucinantes, o barulho do faqueiro a sair das caixas, o brilho dos copos de cristal, o som do jogo de cartas quando eram baralhadas e discutirmos sempre com as mesmas batotas, mas sobretudo estarmos todos ali, juntos em poucos metros quadrados. E é de facto esse sentimento que gostaria que as minhas filhas tivessem, e que recordassem com a mesma nostalgia. Contudo, esses tempos, infelizmente não se repetem, e as pessoas também são outras. Custa dividir o Natal com uma familia que nos foi "imposta" por nos termos casado, mas custa ainda mais quando essa familia é ausente, apenas porque sim. Pessoas de sangue que a mais velha não reconhece, com quem não convivemos e que não me dizem nada, apenas respeito, pelo R. , obviamente. Claro que para mim é logo um drama. Porque quero o melhor para as miúdas. Quero-as rodeadas por pessoas que gostam delas e que de uma forma ou outra estão presentes todos os dias do ano. Situações destas geram logo discussão, e uma relação sólida como a nossa, azeda. Entristece-me. Enfurece-me. Dá-me vontade de pegar em nós e irmos passar o Natal aos trópicos. Tenho algumas amigas com este "pratinho". Onde está o espirito de Natal no meio disto tudo? Enquanto comemos uma lasca de bacalhau pensamos na próxima côr de verniz e desesperamos desejamos que tudo aquilo acabe rápido? É isso o que tem que ser?
 
 
P.S. já repararam que está a nevar no blog?


3 comentários:

  1. É complicado... É tentar aproveitar ao máximo o que vier, mais não seja pelas vossas filhas... ;)

    Está a nevar sim, e está lindo!

    ResponderEliminar
  2. Ai Marta... como te compreendoooooo :( bjo
    Sandra Paulos

    ResponderEliminar
  3. Martinha,
    Já passei nessa avenida e o problema resolveu-se definitivamente quando me separei.
    É muito, muito mau... Com crianças envolvidas nem quero pensar.
    Força para mais um natal e pensamento positivo... Vais ver que ajuda.
    (Isso e um copo de Baileys!)
    Lux

    ResponderEliminar